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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A INFECÇÃO PELO PAPILOMAVIRUS HUMANO (HPV)

Por Dra. Isa Mello
A infecção pelo HPV é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns em todo o mundo. O Brasil é um dos líderes mundiais em incidência de HPV. As vítimas preferenciais desse vírus são mulheres entre 15 e 25 anos. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima cerca de 18.000 novos casos de câncer de colo de útero e cerca de 5 000 óbitos neste ano. Estudos realizados no Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer apontam que mais de 90% dos cânceres de colo de útero tem DNA de HPV e em torno de 25% da população feminina sexualmente ativa no Brasil apresenta a virose. As freqüências observadas são semelhantes às mundiais.
O que é HPV e como se manifesta? 
O Papilomavirus Humano ou HPV (a sigla em inglês para Human Papiloma Virus) é o nome que é dado a um grupo viral que inclui mais de 100 tipos diferente de vírus. Uma de suas formas de manifestação é a forma clínica: condilomas ou verrugas, que podem aparecer nas regiões genitais. Também podem produzir lesões planas ou microscópicas só detectáveis pela citologia (Papanicolaou) e pela colposcopia. Nestes casos conhecida como lesões subclínicas.  Podem ainda, não produzir alterações . A virose é multifocal, isto é, pode ser encontrada em diversos sítios. Por esse motivo é importante a exploração adequada das regiões genital e anal durante o exame. No homem, as localizações mais freqüentes são a glande, o sulco balanoprepucial e a região perianal. Na mulher, a vulva, o períneo, a região perianal, a vagina e o colo uterino.
Como se “pega” HPV?  
A infecção de HPV pode ocorrer em homens e mulheres que sejam sexualmente ativos, em todas as idades, raças e classes sociais, e pode afetar tanto os homossexuais quanto os heterossexuais. O HPV geralmente é transmitido por meio de contato direto, de pele a pele ou pele-mucosa, durante as relações sexuais vaginais, anais ou orais com alguém que tenha esta infecção. Não é necessária a penetração para que haja contaminação, portanto o uso de condon (camisinha) deve ser recomendado desde o início da relação sexual As verrugas em outras partes do corpo, como por exemplo, nas mãos, são causados por tipos diferente de HPV. O contato com estas verrugas não parece causar verrugas genitais. Na maioria das vezes a infecção é transitória, desaparecendo sem deixar vestígios, podendo, numa minoria, ressurgir tempos depois. . Portanto, quando é feito o diagnóstico, não é possível saber se uma infecção é recente ou muito antiga. A doença viral pode permanecer latente durante períodos de tempo variáveis. Também aqui, num pequeno percentual de pessoas não se consegue explicar como elas adquiriram o HPV. É muito pouco conhecido sobre a transmissão da infecção subclínica do HPV, embora alguns investigadores médicos acreditem que este etapa seja menos contagiosa do que quando existe lesão na forma clínica ativa. Não existem evidências de que toalhas, roupas íntimas ou tampas de vasos sanitários possam fazer esta transmissão .
Como se faz o diagnóstico de HPV? 
Na maioria dos casos da forma clínica verrucosa ou condilomatosa (verrugas genitais) o diagnóstico pode ser feito através da clínica e se necessário confirmado através do exame anatomopatológico (biópsia) As lesões muito pequenas ou planas, são vistas apenas após aplicação de soluções reagentes e através de uma lente de aumento (normalmente por meio de um instrumento chamado colposcópio).  O teste do Papanicolaou é projetado para descobrir alterações pré-cancerosas no colo uterino, porém, muitas vezes mostra alterações que são causados pela infecção do HPV. As mulheres com resultados anormais de um exame de Papanicolaou devem ser examinadas pela colposcopia na região perianal, da vulva, vagina e do colo uterino que detectará a presença de imagens alteradas, e que a critério médico poderão ser biopsiadas para estudo anatomopatológico. Quando não existem lesões, o diagnóstico da infecção pelo HPV só pode ser feito por técnicas de biologia molecular.  Este teste porem tem indicação muito precisa em casos de algumas alterações celulares provocadas pelo HPV, às chamadas alterações de significado indeterminado. O seu uso indiscriminado na população em geral, como um exame de rastreamento pode levar ao pânico aqueles pacientes que apresentam a forma transitória da infecção por HPV, que é a mais comum. Seria o mesmo que aplicar os testes para HIV na população em geral. 

Qual a relação do HPV com o câncer de colo uterino? 
Alguns tipos de HPV aumentam o risco para câncer genital, principalmente em mulheres. . Após o diagnóstico da infecção pelo HPV, a maioria terá regressão espontânea. O tempo necessário para que esta regressão ocorra varia de 6 a 18 meses Algumas mulheres, porém, apresentarão persistência de doença ou progressão, podendo desenvolver uma lesão pré-cancerosa. Isto pode levar anos e depende também de outros fatores, dentre os quais o mais importante é a imunidade baixa. Só certos tipos de HPV estão relacionados com câncer cervical. Estes normalmente são chamados “tipos de alto risco”. Os tipos de HPV que causam verrugas genitais externas são chamados “tipos de baixo risco”. É comum que a pessoa seja exposta a mais de um tipo de HPV e a vários “tipos de alto risco”. Ainda assim, a maioria das mulheres não desenvolve câncer cervical. O câncer de colo uterino normalmente leva muitos anos para se desenvolver, em média de 7 a 10 anos e a maioria dos casos se apresenta em mulheres que nunca fizeram um exame preventivo (Teste de Papanicolaou) ou o fizeram há cinco anos ou mais. O câncer de colo uterino pode ser prevenido se a mulher fizer um exame preventivo a intervalos regulares. Deste modo, se são encontradas alterações nas células examinadas esta mulher pode ser monitorada e / ou tratada muito antes da progressão para o câncer. É importante lembrar que o exame preventivo pode detectar as lesões que antecedem o câncer, estas sim, de fácil tratamento.
Como se trata HPV? 
As infecções pelo Papilomavirus Humano podem ter caráter transitório ou permanente . O caráter transitório da infecção depende do estado imunológico adequado do hospedeiro. O caráter permanente parece relacionar-se além da deficiência imunológica, ao tipo de HPV e da carga viral (quantidade de vírus transmitida durante a relação). A infecção permanente tem sido mais freqüente em mulheres acima de 30 anos, talvez por terem tido maior período de exposição ao vírus. Entre os fatores que podem afetar a seleção de tratamento incluem o tamanho, o local e o número lesões, bem como outras alterações provocadas pelo HPV. Deve se lavar em conta também a preferência do paciente, o custo e a efetividade do tratamento, possíveis efeitos secundários e a experiência do médico neste campo. 
Embora não exista unanimidade, a maioria dos especialista concorda que não existe comprovação de qualquer benefício no tratamento da infecção subclínica do HPV. As recidivas dependerão do estado imunológico do hospedeiro. Assim, a mulher portadora do HPV deve ter em mente que, qualquer que seja sua forma de infecção e tratamento adotado, deve manter a prevenção adequada. Isto pode ser feito através da realização periódica do preventivo e da colposcopia, conforme indicação de seu médico assistente.  Lembrar que os metabólitos da nicotina deprimem a imunidade celular local e que, nas infecções pelo Papilomavirus humano, este tipo de imunidade tem ação contra o vírus. Parar de fumar é muito importante, pois melhora a imunidade e previne as recidivas da infecção pelo HPV.  As infecções cérvico-vaginais associadas ao HPV devem ser tratadas.
Procure se lembrar sempre: 

  • Peça para o seu médico uma explicação sobre o tratamento, inclusive o custo e os possíveis benefícios.
  •  Tenha certeza de ter compreendido bem todas as instruções a seguir depois do um tratamento, tais como o que fazer se sentir algum mal-estar e quando tem que retornar à clínica ou ao médico para a novo exame.
  • Tenha paciência -- o tratamento freqüentemente requer várias visitas aos médicos e o uso de uma variedade de técnicas. 
  • Se você está grávida ou pensa que possa estar, comunique ao seu médico de forma que ele possa escolher um tratamento que não cause danos a você ou ao seu bebê.
  • Não use tratamentos contra as verrugas que estão à venda sem receita nas farmácias, já que estes não são projetados para a pele sensível da área genital.
  • O HPV genital pode ser controlado.
  • O câncer do colo uterino que é o problema mais sério associado com o HPV genital pode ser prevenido facilmente por meio de exame de Papanicolaou feito regularmente e também pode ser prevenido pelo tratamento das alterações das células pré-cancerosas. 
  • Informar-se sobre o HPV, lhe ajudará a entender e controlar a infecção.
  • A descoberta que uma pessoa tem HPV freqüentemente causa várias reações emocionais e, normalmente, estas reações são o que mais incomoda após o conhecimento de que está infectado(a). Algumas pessoas poderão sentir culpa, ansiedade, isolamento, raiva ou depressão. Independente da reação, é importante lembrar que você não está sozinho(a). A doença afeta milhões de pessoas no mundo. É uma doença controlável, que não ameaça a vida e que seu sofrimento decorre apenas do medo ou culpa que o conhecimento deste diagnóstico e de suas possíveis implicações foi capaz de gerar.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Pré Natal

Pré-Natal é o nome dado ao acompanhamento médico dedicado a mulher e ao bebê durante todo o período gestacional. Neste acompanhamento o médico dá instruções à futura mamãe, como cuidados com a alimentação, formas de se manter confortável, estimulação do bico do seio, polivitamínicos a serem ingeridos e outras bem como a realização de exames. 

As consultas devem ser iniciadas o quanto antes para que sejam feitos os exames necessários que garantirão a saúde da gestante e do bebê bem como a detecção de alguma doença ou disfunção, se houver. Os exames identificam gestações normais e gestações de alto risco que assim é considerada quando apresentam alguma doença na mãe ou no bebê. Os exames solicitados são: 

Hemograma completo; 
Glicemia; 
Tipagem sanguínea; 
Urina; 
Papanicolaou; 
Sorologia para detectar ou não toxoplasmose e rubéola; 
Avaliação de infecções para detectar ou não sífilis, hepatite B, AIDS. 

No pré-natal, o médico também irá controlar o ganho de peso pela gestante que não deve ultrapassar 12 kg, pois o ganho excessivo de peso pode desencadear problemas como hipertensão, diabetes gestacional, retenção de líquidos e outros. A hipertensão é a causa mais freqüente de gravidez de alto risco, pois pode desenvolver pré-eclampsia e trazer complicações mais sérias que podem colocar a vida da mãe e do bebê em risco. 

A gestante também deve fazer um pré-natal odontológico que auxiliará na sua higienização bucal e do bebê, já que neste período as motivações da gestante estão todas voltadas às preparações para a chegada do bebê. Neste período, a gestante sente muita indisposição e “preguiça” e algumas deixam de lado a escovação.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

COLPOSCOPIA

Você fez uma consulta de rotina com ginecologista. Durante o exame, a médica percebeu alguma coisa diferente no seu colo do útero. Ou você fez o exame dePapanicolau e o resultado não foi tão bom quanto o médico esperava. Então, a notícia: você vai precisar fazer outro exame, a colposcopia. Mais uma vez, a questão dos nomes feios da Medicina. Você já está apreensiva por estar com alguma possível doença. E ainda ouve um nome estranho. Quer saber que exame é esse, pra ficar mais tranquila?
Em resumo, a colposcopia é um exame muito semelhante ao exame ginecológico comum, porém utiliza um líquido que tinge as células do colo do útero para que possa ser melhor visualizado, e um aparelho que permite visualizar a vulva, a vagina e o colo do útero de forma ampliada.
Como o exame é feito? Ele é feito no consultório médico. Você permanece deitada na mesa ginecológica, com as pernas na mesma posição do exame comum. Coloca-se o espéculo (afastador das paredes da vagina), também como no exame ginecológico comum. Aplica-se substâncias que tingem as células, para que seja possível observá-las com mais facilidade.
Pode também ser feito, durante a colposcopia, o Teste de Schiller, que nada mais é do que a aplicação da tintura de iodo para demarcar as áreas com lesão. O Teste de Schiller negativo indica que a tintura tingiu todo o colo do útero, portanto não há células alteradas. Já o resultado positivo indica que algumas células estão alteradas e sofreram lesão.
Com as células já tingidas, é utilizado o colposcópio, o aparelho que permite ampliar a imagem entre 10 e 40 vezes. Assim, é possível observar melhor a vulva, a aparência da parede interna da vagina e do colo do útero, ajudando a identificar possíveis problemas.
Através da colposcopia, é possível diagnosticar lesões por HPV (papiloma vírus humano) e realizar biópsias para analisar tumores.
Existem algumas recomendações para realizar a colposcopia:
  • Levar exames anteriores
  • Não ter relações sexuais nas 48 horas anteriores ao exame
  • Não estar em período menstrual
  • Não usar medicamentos locais nos cinco dias anteriores ao exame
  • Não utilizar ducha vaginal interna no dia do exame
  • Fazer higiene local
Uma dúvida comum é em relação à virgindade. Mulheres virgens também podem fazer o exame. O exame pode ser um pouco incômodo para todas as mulheres, principalmente no momento da biópsia, em que se sente leves picadas. Após o exame, é possível que se sinta uma ligeira cólica. Se for feito biópsia, haverá também um pequeno sangramento. Nesse caso, deve-se aguardar uma semana antes de retomar as relações sexuais, para permitir a cicatrização.